quarta-feira, 8 de setembro de 2010


Espelho.

No início a minha relação com o espelho era, pode-se dizer, medrosa.
Diversas vezes passei meio escondida, querendo que "ele" não me "visse".
Quando um pouco mais velha adquiri o costume de parar diante do espelho e me perceber, passei a não ficar mais envergonhada por me olhar. Isso começou a partir do momento em que eu observava algumas amigas, muito familiarizadas com aquele objeto, se olharem por longos segundos.
Eu gostava de reparar em seus olhares dirigidos para o que viam além de seus reflexos.
Eu tinha esses instantes de observação totalmente despercebidos, e imaginar o que se passava na mente de cada uma ao se olhar me prendia durante todo esse ritual.

Mas isso já faz muito tempo.

Aos poucos os pensamentos foram mudando, alguns estão indo e vindo, mas acho que um sempre permaneceu: auto-conhecimento.
Talvez os espelhos sejam uma excelente terapia, ou amigos mesmo.
Quem nunca se disse ser um "idiota" diante do espelho? Ou treinou para apresentação de um trabalho? Ou até mesmo para um encontro?
Diante "deles" percebemos onde estão nossas falhas, num jeito ou no passar dos anos.
Há tempos converso muito com espelhos, têm boas respostas, somos forçados a vê-las em nós mesmos.